A escrita e Virginia Woolf: vida e morte

Autores

  • Maria de Fátima Ferreira Escola Brasileira de Psicanálise Associação Mundial de Psicanálise
  • Ilka Franco Ferrari Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUCMinas Escola Brasileira de Psicanálise Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise

Palavras-chave:

função da escrita, psicanálise, real, Virginia Woolf.

Resumo

Sob o viés da psicanálise, este texto investiga a função que a escrita teve na vida da escritora Virginia Woolf. A partir do que Lacan ensinou em seu seminário dedicado à obra do escritor James Joyce, O sinthoma, investiga-se a presença do real na subjetividade da escritora e o modo como ela procurava tratar os fenômenos mortíferos que daí advinham. Ao tentar nomear seu sintoma, buscava desenfreadamente solucionar seu desespero, traduzindo, assim, a sua foraclusão. Nenhuma palavra vinha nomear isso. Assim, fazia com sua escrita uma espécie de hemorragia libidinal, procurando encontrar “a” palavra plena, verdadeira, que pudesse alcançar “a” verdade de seu sintoma e estancar sua dor.

Biografia do Autor

Maria de Fátima Ferreira, Escola Brasileira de Psicanálise Associação Mundial de Psicanálise

Psicanalista. Membro da Escola Brasileira de Psicanálise – Seção Minas Gerais e da Associação Mundial de Psicanálise (Paris-França). Mestre em Psicologia pela FAFICH-UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia do IP-UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ).

Ilka Franco Ferrari, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUCMinas Escola Brasileira de Psicanálise Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise

Professora na graduação e pós-graduação em Psicologia da PUC Minas, bolsista de Produtividade em Pesquisa, CNPQ, nível PQ-2, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise (Paris, França).

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Publicado

2017-06-13

Edição

Seção

Artigos