Quando a resiliência pode ser uma aposta para a psicanálise: ampliações clínicas do trauma e do luto

Autores

  • Maria Virginia Filomena Cremasco Universidade Federal do Paraná - UFPR

Palavras-chave:

luto, trauma, resiliência, clínica psicanalítica.

Resumo

O conceito de resiliência está em desenvolvimento na comunidade científica internacional desde algumas décadas. A resiliência aparece como um processo complexo e multifatorial no qual as referências teóricas se constroem efetivamente sobre abordagens pluridisciplinares que fazem a especificidade da resiliência. Essa transversalidade tanto contribui para a riqueza do modelo, quanto explica uma certa fragilidade conceitual à qual não nos subtraímos. Apesar de considerar que a resiliência não faz parte do corpo teórico da psicanálise por não se integrar na lógica de sua prática e conduzir a intervenções terapêuticas de uma natureza diferente, alguns autores consideram que ela estabelece relações com várias noções psicanalíticas elaboradas por Freud, como: traumatismo, mecanismos de defesa, sublimação e trabalho de luto, que são exploradas neste artigo.

Biografia do Autor

Maria Virginia Filomena Cremasco, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Psicóloga, psicanalista, Doutora em Saúde Mental (Unicamp-2002), pós doutorado em Psicopatologia e Psicanálise (Paris VII-2010), Professora Associada do Departamento e do Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Diretora do Laboratório de Psicopatologia Fundamental (grupo de pesquisa -CNPq), Coordenadora de Extensão da Pró Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR.

Referências

Anaut, M. (2006). La résilience au risque de la psychanalyse ou la psychanalyse au risque de la résilience? In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 77-104). Paris: Odile Jacob.

Bailly, L. (2006). Résilience et psychanalyse. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 223-234). Paris: Odile Jacob.

Bertrand, M. (2006). Résilience et traumatismes. Um point de vue psychanalytique. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 205-222). Paris: Odile Jacob.

Bion, W. R. (1994). Estudos psicanalíticos revisados (Tradução: Wellington M. de Melo Dantas. 3.ed.). Rio de Janeiro: Imago.

Braconnier, S. (1998). Psychologie dynamique et psychanalyse. Paris: Masson.

Chiland, C. (2006). Réticence à propos de la résilience. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 263-274). Paris: Odile Jacob.

Cremasco, M. V. F. (2008). Violência e resiliência: enfrentamento do traumático na clínica psicanalítica. Latin American Journal of Fundamental Psychopathology On Line , 2, 222-240.

Cremasco, M. V. F. (2012). A superação do traumático: diálogos entre a psicanálise e a teoria crítica na atualidade. POLÊM!CA, [S.l.], 9(4), 16-26. Recuperado em 26 set. 2018 de <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/2816> .

Cremasco, M. V. F. (2015). Psychic trauma and memory. In Owczarski, W., & Cremasco, M. V. F. (orgs.). Solidarity, memory and identity (p. 220-226). Newcastle upon Tyne: Cambridge Scholars Publishing.

Cyrulnik, B. (2001). Uma infelicidade maravilhosa - vencer os fracassos na infância. (Tradução: Carlos Correia Monteiro de Oliveira). Porto, Portugal: Ambar Edições.

Cyrulnik, B. (2004). Os patinhos feios. (Tradução: Mônica Stahel). São Paulo: Martins Fontes.

Cyrulnik, B. (2006). Falar de amor à beira do abismo. (Tradução: Claudia Berliner). São Paulo: Martins Fontes.

Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs,). (2006) Psychanalyse et résilience. Paris: Odile Jacob.

Czerny, J. (2007). Resenha. Revista Brasileira de Psicanálise, 41(4), 161-164. Recuperado em 12 abr. 2018 de <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0486-641X2007000400016&lng=pt&tlng=pt>.

Ferenczi, S. (2006). De la psychologie da la commotion psychique in Ferenczi, S. [Autor], Le traumatisme. (Tradução: Coq Héron). Paris: Editions Payot e Rivages. (Original publicado em 1932)

Fonagy, P., Steele, P., Steele, S., & Target, M. (1994). The theory and practice of resilience. J. Child Psychiatry , 35(2), 231-257.

Freud, S. (1969). La vie sexuelle. (Tradução: J.-B. Pontalis). Paris: PUF. (Original publicado em 1908)

Freud, S. (1969). Au-delà du principe du plaisir. In Freud, S. [Autor], Essais de psychanalyse. (Tradução: Jean Laplanche). Paris: Payot. (Original publicado em 1920)

Freud, S. (1981). Le moi e le ça. In Freud, S [Autor], Essais de psychanalyse. (Tradução: Jean Laplanche). Paris: Payot. (Original publicado em 1923)

Freud, S. (1990). Inibições, sintomas e ansiedade. In Freud, S. [Autor], Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. 20. (Tradução: J. Salomão). Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1926[1925])

Freud, S. (1986). A correspondência completa de Sigmund Freud para Wilhelm Fliess 1887/1904. (Tradução: V. Ribeiro). Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1996). Luto e melancolia. In Freud, S. [Autor], Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. 14. (Tradução: J. Salomão). Rio de Janeiro: Imago. (Original publicado em 1917[1955])

Golse, B. (2002). Le désespoir chez les très jeunes enfants ou "tant qu´il y a du désespoir, il y a de la vie". In André, J. (dir.). Le temps du désespoire, (p. 25-41). Paris: Petit Bibliothèque de Psychanalyse.

Golse, B. (2006). Le pédopsychiatrie-psychanalyste face au concept de résilience. La résilience avant l'après-coup? ou tous les enfants de mère déprimée ne deviennent pas… Sigmund Freud In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 61-76). Paris: Odile Jacob.

Hanus, M. (2006). Freud et Promáthée, un abord psychanalytique de la résilience. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 187-204). Paris: Odile Jacob.

Hanus, M. (1976). La pathologie du deuil. Paris: Masson.

Houzel D. (2006). Psychanalyse et résilience. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 247-262). Paris: Odile Jacob.

Ionescu, S. (2006). Pour une approche intégrative de la résilience In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 27-44). Paris: Odile Jacob.

Manciaux, M. Vanistendael, S., Lecomte, & J. Cyrulnik, B. (2001). La résilience: états des liex. In Manciaux, M. (dir.), La résilience: résister et se construire (p. 13-20). Genève: Cahiers Médicaux Sociaux.

Mijolla-Mellor, S. (2006). Sublimation et résilience. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 167-186). Paris: Odile Jacob.

Pedinielli, J.-L. (2006). Mort et résilience. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 289-304). Paris: Odile Jacob.

Rutter, M. (1985). Resilience in the face of adversity: protective factors and resistance to psychiatric discoder. British Journal of Psychiatry , 147, 598-611.

Tichey, C., & Lighezzolo, J. (2006). La résilience au regard de la psychologie clinique psychanatytique. In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 127-154). Paris: Odile Jacob.

Tisseron, S. (2006). Questions sur un mot ou comment une théorie se fabrique dans seus enjeux autant que dans ses énoncés? In Cyrulnik, B., & Duval, Ph. (orgs.), Psychanalyse et résilience (p. 275-289). Paris: Odile Jacob.

Tisseron, S. (2007). La resilience . Paris: PUF.

Zugueib Neto, J. & Cremasco, M. V. F. (orgs.) (2013). Trauma, traços e memória. Curitiba - PR: CRV.

Downloads

Publicado

2018-12-02

Edição

Seção

Dossiê