O ato de tatuar-se: gozo e identificação o ato de tatuar-se

Autores

  • Sybele Macedo Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
  • João Luiz Leitão Paravidini Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Palavras-chave:

tatuagem, traço, inscrição, letra.

Resumo

Este artigo consiste em uma articulação teórica acerca do ato de tatuar-se e sua relação com o eu. Para tanto, os autores seguem bordejando a tatuagem, baseando-se, principalmente, nas conceituações de Freud e Lacan sobre o corpo, o sujeito e o eu. Este trabalho buscou discutir o ato de tatuar-se, tomando-o de maneira singular. Concluiu-se que esse ato pode remeter a uma forma de linguagem que aponta para a subjetividade, trabalhando a serviço da busca identitária e circunscrevendo-se no registro Simbólico. Pode também se apresentar como tentativa de fazer borda a angústias inomináveis, circunscrevendo-se no registro Imaginário. Entretanto, é no Real que a tatuagem se destaca. Considerada um hibridismo entre traço e letra, a tatuagem aproxima-se de formações do inconsciente e, portanto, é transcrita na carne e não passível de tradução, apenas de transliteração.

Biografia do Autor

Sybele Macedo, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Psicóloga clínica, Mestranda em Psicologia Aplicada - Eixo Intersubjetividade - Instituto de Psicologia - UFU, Uberlândia, MG.

João Luiz Leitão Paravidini, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Psicanalista, Professor Associado Universidade Federal de Uberlândia - MG. Doutor em Saúde Mental (UNICAMP)

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Publicado

2015-12-13

Edição

Seção

Artigos