Neurose obsessiva ou TOC?

Autores

  • Juciano Menezes Lima
  • Ana Maria Rudge Universidade Veiga de Almeida, Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental

Palavras-chave:

neurose obsessiva, psicanálise, DSM.

Resumo

O presente artigo discute a contribuição da psicanálise à teoria da neurose obsessiva, em face do atual prestígio dos manuais classificatórios e do avanço das neurociências. O esfacelamento da neurose obsessiva como unidade clínica e sua substituição pelo transtorno obsessivo compulsivo (TOC) pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é discutido. Depois de observações sobre a especificidade epistêmica das duas abordagens, conclui-se que a psicanálise tem muito a contribuir numa abordagem multidisciplinar da psicopatologia na medida em que sua posição teórica particular valoriza a fala e a história do sujeito, em sua singularidade.

Biografia do Autor

Juciano Menezes Lima

Psicólogo pela Universidade Veiga de Almeida.

Ana Maria Rudge, Universidade Veiga de Almeida, Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental

Psicanalista; Professora do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida, Pesquisadora do CNPq; Pesquisadora e Membro Fundador da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental.

Referências

Abraham, K. (1920/2005). A valoração narcísica dos processos excretórios nos sonhos e na neurose. In M. T. Berlinck (Org.), Obsessiva neurose (p. 13-17). São Paulo: Editora Escuta.

Abraham, K. (1921/2005). Contribuições à teoria do caráter anal. In M. T. Berlinck (Org.), Obsessiva neurose (p. 19-40). São Paulo: Editora Escuta.

Campos, S. d. (2009). O DSM e o grão do sinthoma. Trabalho apresentado na 14ª Jornada da Escola Brasileira de Psicanálise. Belo Horizonte, 2009. Disponível em <http://www.institutopsicanalise-mg.com.br/horizontes/textos/sergiocampos.pdf>. Acesso em 10 out. 2014.

Cosgrove, L, Krimsky, S, Vijayaraghavan, M. & Schneider, L. (2006). Financial ties between DSM-IV panel members and the pharmaceutical industry. Psychotherapy and Psychosomatics, 75(3), 154-160. DOI: 10.1159/000091772

Farias, C. P. & Cardoso, M. R. (2013. Compulsão e domínio na neurose obsessiva: a marca do pulsional. Psicol. clin., 25, n.1, jun. 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-56652013000100008&script=sci_arttext> Acesso em 13 jun. 2014.

Fontenele, L. B. (2006). A estrutura neurótica. In Anais do 11º Encontro de Psicanálise da UFC: a clínica psicanalítica. Fortaleza: Edições UFC.

Freud, S. (1896/1996). Observações adicionais sobre as neuropsicoses de defesa. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. 3. Rio de Janeiro: Imago Editora.

Freud, S. (1909/2013). Observações sobre um caso de neurose obsessiva [“O Homem dos Ratos”]. Obras completas, v. 9. São Paulo: Companhia das Letras.

Freud, S. (1909/1976). Análise de uma fobia em um menino de cinco anos. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. 10. Rio de Janeiro: Imago Editora.

Freud, S. (1912/2010). Recomendações ao médico que pratica a psicanálise. Obras completas, v. 10. São Paulo: Companhia das Letras.

Freud, S. (1913/2010). A predisposição à neurose obsessiva. Obras completas, v. 10. São Paulo: Companhia das Letras.

Goldenberg, R. (2009). DSM-IV e nós. Trivium. Rio de Janeiro, v. 1, n. 2. Disponível em <http://www.uva.br/trivium/edicao1/artigos-tematicos/3-dsm-iv-e-nos.pdf>. Acesso em 03 out. 2014.

Julien, P. (2002). Psicose, perversão, neurose: a leitura de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Lacan, J. (1957-1958/1999). O seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lacan, J. (1962-1963/2005). O seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Lachaud, D. (2007). O inferno do dever: o discurso do obsessivo. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Pereira, M. E. C. (2000). A paixão nos tempos do DSM: sobre o recorte operacional do campo da psicopatologia. In R. A. Pacheco Filho et al. (Orgs.). Ciência, pesquisa, representação e realidade em psicanálise (p. 119-152). São Paulo: EDUC/Casa do Psicólogo.

Pinto, T. (2012). Crítica do empirismo aplicado à psicopatologia clínica: da esterilidade do DSM a uma saída pela psicanálise. Ágora. Rio de Janeiro, v. 15, n. esp., dez. 2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982012000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 03 out. 2014.

Ribeiro, M. A. C. (2011). A neurose obsessiva. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Roudinesco, E. (1999). Por que a psicanálise? Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Rudge, A. M. (2006). Atos-sintomas e as perdas traumáticas. Trabalho apresentado no 2° Congresso Internacional de psicopatologia fundamental. Belém. Disponível em <http://www.fundamentalpsychopathology.org/uploads/files/ii_congresso_internacional/mesas_redondas/ii_con._atos_sintomas_e_perdas_traumaticas.pdf>. Acesso em 07 nov. 2014.

Rudge, A. M. (2012). Método clínico, ciência e subjetividade. Rev. Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, 15(2). Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142012000200001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 09 nov. 2014.

Downloads

Publicado

2015-12-13

Edição

Seção

Artigos