O parceiro-sintoma e a concepção do artista: crônica do nascimento de Frida Kahlo

Autores

  • Guilherme Pimentel Jordão
  • Carla D'Alessandro Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte

Palavras-chave:

Parceiro-sintoma, Feminilidade, Père-version, Arte, Frida Kahlo

Resumo

O Outro, como representante do gozo feminino, inalcançável e não-todo, exige o recurso ao gozo fálico enquanto modo de se conceber em seu ser, ainda quando se esteja situado do lado feminino da sexuação. Frida Kahlo, sujeito cuja visada no plano da arte serve como objeto de análise deste artigo, parece demonstrá-lo por meio de suas telas. Sua fórmula consiste, em parte, em tentar atingir com o apoio do parceiro amoroso um dizer sobre o seu ser de gozo. No par Diego e Frida, a pintura aparece para dizer basta ao gozo masoquista da privação, devolvendo a artista à perspectiva do amor pelo pai, père-version que enlaça de modo sintomático em sua obra, amor, feminilidade e trauma. 

Biografia do Autor

Guilherme Pimentel Jordão

Médico psiquiatra, possui mestrado em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2018). Atualmente é doutorando do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e trabalha como psiquiatra na Prefeitura Municipal de Campinas –SP.

Carla D'Alessandro, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte

Psicóloga e psicanalista graduada pela PUC Minas (1994). Especialização em psicologia hospitalar pela Universidade FUMEC (1998). Mestrado e doutorado em psicologia pela PUC Minas (2020).

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Publicado

2021-07-19

Edição

Seção

Artigos