Incidências da diferença sexual no final de análise: do dual ao singular

Autores

  • Luiz Fellipe de Almeida Santos Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo
  • Pedro Eduardo Silva Ambra Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

final de análise, sexuação, singularidade, Jacques Lacan

Resumo

O artigo visa apresentar a teorização de final de análise empreendida por Jacques Lacan ao longo de seu ensino, demonstrando sua posição ética e epistemológica fundamentada na singularidade da experiência analítica. Discutiremos, inicialmente, a maneira pela qual tanto Freud quanto muitos autores pós-lacanianos postulam uma diferença irredutível entre “homens” e “mulheres” no horizonte do tratamento. Por outro lado, a partir da apresentação de diferentes teorias de fim de análise em Lacan, bem como do resgate de sua crítica em relação à limitação da sexuação dual, o artigo defenderá que a lida de cada sujeito com seu sinthoma tem primazia em relação à bipartição das identificações e das modalidades de gozo.

Biografia do Autor

Luiz Fellipe de Almeida Santos, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Bolsista do CNPq.

Pedro Eduardo Silva Ambra, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo

Doutor pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e pela Sorbonne Paris Cité, é professor titular do Mestrado em Psicossomática da Universidade Ibirapuera, pesquisador e autor de diversos trabalhos sobre psicanálise, gênero, sexualidade e teoria social.

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Publicado

2020-12-14

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Artigos