A droga do toxicômano: um lenitivo para a angústia

Autores

  • Janderson Andrade Rodrigues Universidade Federal do Rio Grande
  • Marta Regina de Leão D’Agord Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

toxicomania, angústia, castração, falta, falo.

Resumo

Este artigo origina-se de uma questão clínica a propósito de o consumo de drogas na toxicomania servir de lenitivo para a angústia. À vista disso, pretende-se contrapor e explorar dois pontos de divergência entre elaborações de Freud e Lacan atinentes à articulação entre toxicomania e angústia. Um desses pontos concerne à angústia, acerca da qual, ao contrário de Freud, para quem a castração a antecede e a desencadeia, Lacan localizará a castração não apenas como ulterior, mas como o que permitirá ao sujeito libertar-se de um despertar de angústia. O outro ponto diz respeito à formulação lacaniana acerca de a adesão à droga figurar como uma medida por meio da qual se obtém o rompimento de um casamento com o falo, enquanto que, para Freud, constitui um modelo de casamento feliz.

Biografia do Autor

Janderson Andrade Rodrigues, Universidade Federal do Rio Grande

Psicólogo do Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos da Universidade Federal do Rio Grande (CENPRE/FURG); Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPSI/UFRGS). Porto Alegre, RS, Brasil.

Marta Regina de Leão D’Agord, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga; Psicanalista; Mestre em Filosofia; Doutora em Psicologia; Professora do Departamento de Psicanálise e Psicopatologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI) e Psicanálise: Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, RS, Brasil.

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Publicado

2015-08-12

Edição

Seção

Artigos