Elevar a Coisa à dignidade dos objetos: a política de Lacan entre a proibição e o impossível

Autores

  • Pedro Sobrino Laureano Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
  • Wilson Camilo Chaves Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

Palavras-chave:

Lacan, maio de 68, interdição, transgressão, impossível.

Resumo

Buscaremos traçar, na obra de Lacan, algumas implicações políticas presentes na passagem de uma concepção de Lei que é pautada pela dialética entre interdição e transgressão para outra, que é explorada pelo psicanalista a partir dos anos 60, em que a Lei perde seu caráter interditor passando a ser associada à ideia de impossível. Trata-se de um movimento em que Lacan revê alguns dos paradigmas fundamentais que haviam norteado sua teoria e clínica nos anos 50, passando a privilegiar, em suas análises, conceitos como os de objeto pequeno a, gozo e pulsão. Neste sentido, buscaremos defender que a ideia de um retorno a Lei pensada em sua dimensão interditora, tanto a respeito da clínica quanto da política, é insuficiente para compreender, ao menos do ponto de vista lacaniano, a estratégia de cura no tratamento e a crítica social.

Biografia do Autor

Pedro Sobrino Laureano, Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

Psicanalista. Mestre em psicologia Clínica pela PUC-RJ. Professor DPSIC – Departamento de psicologia UFSJ.

Wilson Camilo Chaves, Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

 Doutor em Filosofia pela UFSCar. Professor na Graduação e Pós-Graduação em Psicologia – UFSJ Departamento de Psicologia - UFSJ. Núcleo de Pesquisa e Extensão em Psicanálise - NUPEP.

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Publicado

2014-12-19

Edição

Seção

Artigos