Desenraizamento e radicalização na juventude contemporânea

Autores

  • Lucíola Freitas de Macêdo Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Ilka Franco Ferrari Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Juventude, pulsão de morte, laço social

Resumo

Neste artigo interrogam-se as experiências de desenraizamento e suas relações com a radicalização de jovens que aderem ao terrorismo jihadista: o que faz com que a solidão e o desamparo promovidos pelo desenraizamento, culminem na radicalização e adesão dos jovens ao jihadismo e movimentos afins? Quais as relações entre o desenraizamento, a radicalização, e as mutações do laço social na contemporaneidade? O desenraizamento e a radicalização serão problematizados tendo como ponto de partida a hipótese a de que na atualidade o ser falante se conecta principalmente ao seu próprio modo de gozo, modificando-se, assim, o seu modo de se conectar à linguagem enquanto modo de fazer laço social.

Biografia do Autor

Lucíola Freitas de Macêdo, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Psicanalista. Professora na pós-graduação em Psicologia da PUC-Minas. Doutora em Psicologia-UFMG. Mestre em Filosofia-UFMG. Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise.

 

Ilka Franco Ferrari, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Psicanalista. Professora na graduação e pós-graduação em Psicologia da PUC Minas, bolsista de Produtividade em Pesquisa, CNPQ, nível PQ-2, Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise.

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Publicado

2019-07-14

Edição

Seção

Artigos