A programação do homem pós-orgânico: que riscos são traçados no papel da finitude?

Autores

  • Natasha Mello Helsinger Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos (EBEP-Rio)

Palavras-chave:

finitude, eficácia, risco.

Resumo

O presente artigo pretende desenvolver a hipótese de que as promessas de longevidade e de imortalidade (Birman, 2012), a mercantilização dos riscos (Beck, 1986), a programação da eficiência por objetos técnicos (Castel, 1987) e o anseio para se forjar o homem pós-orgânico a partir da transcendência da condição humana (Sibilia, 2002) colocam em questão a figura do homem moderno, na medida em que promovem o esvaziamento da finitude. Acreditamos que essa reflexão é uma importante chave de leitura para a compreensão da crise da psicanálise na pós-modernidade, na medida em que o texto freudiano inscreveu o sujeito moderno na analítica da finitude (Birman, 2010).

Biografia do Autor

Natasha Mello Helsinger, Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos (EBEP-Rio)

Mestre em Teoria Psicanalítica (UFRJ), membro do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos (EBEP-Rio).

Referências

Beck, U. (1986/2010). Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34.

Birman, J. (1980). Enfermidade e loucura: sobre a medicina das inter-relações. Rio de Janeiro: Campus.

Birman, J. (1999). Cartografias do feminino. São Paulo: Ed. 34.

Birman, J. (2000/2001). O mal-estar na atualidade. A psicanálise e as novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Birman, J. (2010). Discurso freudiano e medicina. In: Birman, J., Fortes, I. & Perelson, S. (orgs.). Um novo lance de dados: psicanálise e medicina na contemporaneidade (pp. 13-46). Rio de Janeiro: Cia de Freud.

Birman, J. (2012). O sujeito na contemporaneidade: espaço, dor e desalento na atualidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Birman, J. (2013). Subjetivações e risco na atualidade. In: Revista Epos, v. l.4 n. 1. Janeiro-Junho, 2013. Disponível em: <http://revistaepos.org/?p=934>. Acessado em: 2/12/2013.

Birman, J & Hoffman, C. (2013). Le sujet en excés dans la biopolitique. In: Topique, 2013/2, nº 123, p. 101-108.

Castel, R. (1987). A gestão dos riscos. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Darwin, C. (1859/2003). A origem das espécies. São Paulo: Editora Hemus.

Foucault, M. (1961/1972). A história da loucura na Idade Clássica. São Paulo: Editora Perspectiva.

Foucault, M. (1963/1998). O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Foucault, M. (1966/1987). As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes Editora.

Foucault, M. (1971/1998). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.

Foucault, M. (1974-1975/2001). Os anormais. Curso dado no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes.

Foucault, M. (1976/1977). A história da sexualidade I – A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal.

Foucault, M. (1977-1978/2008). Segurança, território, população. Curso dado no Collège de France. São Paulo: Martins Fontes.

Freud, S. (1919/1980). O estranho. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XVII. Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1920/1980). Para além do princípio do prazer. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XVIII. Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1924/1980). O problema econômico do masoquismo. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XIX. Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1927/1980). O futuro de uma ilusão. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XXI. Rio de Janeiro: Imago.

Freud, S. (1930/1980). O mal-estar na civilização. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v. XXI. Rio de Janeiro: Imago.

Müller, R. F. (2012). Violência, vulnerabilidade e risco na política nacional de atenção integral à saúde do homem. In: Revista Epos, v. 3. n. 2, julho-dezembro de 2012. Disponível em: <http://revistaepos.org/?p=844>. Acessado em: 2/12/2013.

Sibilia, P. (2002). O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Relume Dumará.

Downloads

Publicado

2015-08-12

Edição

Seção

Artigos