Na boca do crocodilo: a face indigesta da amamentação exclusiva
Palavras-chave:
aleitamento materno exclusivo, gozo, angústia, voracidade.Resumo
O presente artigo problematiza as possíveis implicações dos programas de aleitamento materno exclusivo, que, fortemente firmados em um ideal de maternidade, garantem o cumprimento de prescrições reguladas pela chamada livre-demanda, devendo a mãe oferecer ao bebê, pelo menos até o sexto mês, somente o seio-leite materno como alimento e objeto oral. Retomando algumas considerações de Jacques Lacan, propomos pensar na tendência a uma excessiva presença da mãe ensejada por esse discurso que visa à benevolência, fazendo surgir, como possível contraponto, o bebê enquanto um objeto-resto na fantasia materna. Poderíamos pensar o discurso do aleitamento como favorecendo um prolongamento da relação alienante entre mãe e filho, com graves consequências para o bebê? No âmbito da fantasia materna, poderia o bebê ser tomado como um objeto de gozo para o Outro? São questões a serem desdobradas ao longo do texto.Referências
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