A Psicanálise nas instituições: considerações sobre a psicoterapia psicanalítica em serviços-escola de Psicologia

Autores

Palavras-chave:

Psicanálise, Instituição, Psicoterapia Psicanalítica, Clínicas-escola

Resumo

A Psicanálise, entendida como subversiva no que diz respeito à epistemo-paradigmática do saber científico hegemônico, propicia uma gama de possibilidades para suas práticas, uma delas é o trabalho psicanalítico nas instituições. Objetivou-se, assim, refletir sobre a Psicanálise no campo institucional universitário, no que concerne, especialmente, a oferta da psicoterapia nos serviços escola de Psicologia, discutindo os atravessamentos desta prática e considerando as possibilidades de interseção com a Psicanálise. O artigo discorre sobre as especificidades envolta da psicoterapia psicanalítica nos serviços escola de Psicologia tais como: as contribuições da Psicanálise sobre a visão de homem e o processo de saúde doença, o ensino da Psicanálise na universidade, a importância das supervisões clínicas e da análise pessoal do psicoterapeuta em formação e as implicações clínicas transferências que operam na psicoterapia psicanalítica neste contexto. Considera-se que o que se encontra no cenário universitário é uma Psicanálise em Extensão, neste sentido, há possibilidades de experienciar, nos estágios clínicos realizados nos serviços escola de Psicologia, uma prática psicanalítica a partir de determinados arranjos e premissas.

Biografia do Autor

Maria Lúcia Mantovanelli Ortolan, Universidade Estadual de Londrina

Psicóloga, especialista em Saúde dda Família e mestranda em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e especialista em Psicanálise e Contemporaneidade pela Faculdade Pitágoras.

Maíra Bonafé Sei, Universidade Estadual de Londrina

Professora adjunta do Departamento de Psicologia e Psicanálise, Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Diretora da Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina. Pós-Doutorado (2017) em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo

Referências

Aires, S. (2019). Atendimento psicanalítico em clínica-escola: uma experiência de supervisão.

In: S. Aires, & S. Kuratani (Orgs.), O serviço de psicologia na universidade (pp. 43

. Cruz das Almas: Editora UFRB.

Albuquerque, R, C. R., Lira, W. L., Costa, A. M., & Nappo, S. A. (2017). Do descaso a um

novo olhar: a construção da Política Nacional de Atenção Integral aos Usuários de

Álcool e Outras Drogas como conquista da Reforma Psiquiátrica Brasileira. O caso de

Recife (PE). Psicologia em Pesquisa, 11(1), 84-96.

https://dx.doi.org/10.24879/2017001100100215

Alcantara, J. V. N. (2010). Transferência e vínculo institucional na clínica-escola. In: A. M. S.

Drügg, K. S. Freire, & I. F. A. de Campos (Orgs.), Escritos da Clínica (pp.103-109).

Ijuí: Editora Unijuí.

Araújo, E. M. (2009). Transmissão da Psicanálise e Universidade: a formulação de um saber

mediante o dispositivo do ensinante de Lacan. (Dissertação de Mestrado). Universidade

Federal do Ceará, Fortaleza.

Boesmans, E. F., Lopes Júnior, A. D., & Silveira, L. C. (2016). A transferência na instituição:

a psicanálise nas clínicas escola. Psicanálise & Barroco em Revista, 14(1), 1-21.

Recuperado de: http://www.seer.unirio.br/index.php/psicanalise

barroco/article/viewFile/7325/6453

Borges, K. N., Borges, K. N., Silva, L. S. B., Souza, D. C. S., & Gomes, L. G. A. (2018). Saúde

mental e Psicanálise no Hospital Psiquiátrico de Mato Grosso. Repositório Digital do

Univag, 1-28, Recuperado de:

http://www.repositoriodigital.univag.com.br/index.php/Psico/article/view/427/428

Calazans, R., & Azevedo, E. C.. (2016). “Não há tempo… a perder”: questões sobre a atuação

do psicanalista no Hospital Geral. Vínculo - Revista do NESME, 13(1), 56-64.

Recuperado de: https://www.redalyc.org/pdf/1394/139448016006.pdf

Cruz, M. J. R. (2018). Desatando “nós”: A delicadeza e nuances na construção do vínculo com

grupos em um serviço público de saúde. Vínculo - Revista do NESME, 15(1), 74-81.

Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v15n1/v15n1a08.pdf

Derzi, C., & Marcos, C. M. (2013). Supervisão em psicanálise na universidade. Psicologia em

Estudo, 18(2), 323-331. https://doi.org/10.1590/S1413-73722013000200013

Fernandes, J. M. D. da S. (2017). O olhar do psicanalista na instituição. Revista Brasileira de

Psicanálise, 51(3), 229-244. Recuperado de: http://www.bivipsi.org/wp

content/uploads/rbp-51-3-14.pdf

Figueiredo, L. C. (2009). A Psicanálise e a clínica contemporânea. Contemporânea –

Psicanálise e Transdisciplinaridade, 7, 9-17. Recuperado de:

http://www.revistacontemporanea.org.br/revistacontemporaneaanterior/site/wp

content/artigos/artigo202.pdf

Figueiredo, L. C. (2001). Psicanálise e Universidade: Perspectivas. Psicologia USP, 12(2), 147-

https://doi.org/10.1590/S0103-65642001000200012

Frances, A. (2017). Voltando ao normal: Como o excesso de diagnósticos e a medicalização da

vida estão acabando com a nossa sanidade mental e o que pode ser feito para retomarmos

o controle. Versal Editores: Rio de Janeiro.

Frankl, V. E. (2019). Psicoterapia para todos: uma psicoterapia coletiva para contrapor-se à

neurose coletiva. Petrópolis: Vozes.

Freud, S. (1996a). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. In: S. Freud, Edição standard

brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol.

. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicado em 1919).

Freud, S. (1996b). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. In: S. Freud, Edição

standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão,

Trad., Vol. 12). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicado em 1912).

Freud, S. (1996c). Sobre o início do tratamento. In: S. Freud, Edição standard brasileira das

obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 12). Rio de

Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1913).

Freud, S. (1996d). A dinâmica da transferência. In: S. Freud, Edição standard brasileira das

obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 12). Rio de

Janeiro: Imago. (Obra original publicado em 1912).

Freud, S. (1969a). Dois verbetes de enciclopédia. In S. Freud, Edição standard brasileira das

obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 18). Rio de

Janeiro: Imago. (Obra original publicado em 1923).

Freud, S. (1969b). A interpretação dos sonhos. In: S. Freud, Edição standard brasileira das

obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 4-5). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1900).

Freud, S. (2015). O delírio e os sonhos na Gradiva. In: S. Freud, Obras completas (P. C. de

Souza, Trad., Vol. 8). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1907).

Freud, S. (2016). Psicoterapia da histeria. In: S. Freud, Estudos sobre a histeria (1893-1895)

(P. C. de Souza, Trad., Vol. 2). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1895).

Gomes, A. K. S., & Reis, M. E. B. T. dos. (2019). A formação do psicoterapeuta-aprendiz em

clínica psicanalítica nas universidades do Brasil. Quaderns de Psicologia, 21(3), 1-14. http://dx.doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1536

Gomes, R. M., & Souza, K. C. V. (2019). Desafios da clínica psicanalítica em Serviço-escola:

Reflexões e análise de um caso de neurose no serviço integrado de Psicologia da Universidade Potiguar. Psicologia.pt, 1-19. Recuperado de: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1344.pdf

Guimarães, T., & Jardim, R. M. M. (2019). Apontamentos sobre o horizonte crítico do

Psicanálise na Rua. Teoría y Crítica de la Psicología, 12, 315–339. Recuperado de: http://teocripsi.com/ojs/index.php/TCP/article/view/291/247

Heck, F. A., & Kessler, C. H. (2015). Clínica pública e Universidade: considerações sobre a

posição do analista. Psicologia & Sociedade, 27(3), 618-628. https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n3p618

Kehl, M. R. (2017). A utopia da cura em Psicanálise. Revista UFMG, 24(1), 150-161,

Recuperado de

https://www.ufmg.br/revistaufmg/downloads/24/09_MariaKehl_CuraPsicanalise_pag

_150a161_Revista_UFMG_24.pdf

Khouri, M. G., & Netto, O. F. L. (2016). Psicanálise a céu aberto. Jornal de psicanálise, 49(91),

-96. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/jp/v49n91/v49n91a09.pdf

Kushnir, C. Q. (2016). O processo de cronificação em saúde mental: quando os estados-limite

configuram uma adição de transferência. Cadernos de Psicanálise, 38(35), 85-97. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cadpsi/v38n35/v38n35a05.pdf

Lacan, J. (1998a). Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. In: J. Lacan, Escritos

(pp. 238-324). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicada em 1953).

Lacan, J. (1998b). A direção do tratamento e os princípios de seu poder. In J. Lacan. Escritos

(pp. 591-652). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicado em 1958).

Lacan, J. (2003a). O Seminário livro 15, O ato analítico. Buenos Aires: EFBA. (Obra original

publicada em 1968).

Lacan, J. (2003b). Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola. In: J.

Lacan. Outros Escritos (pp. 249-264). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicada em 1967).

Lampert, H. A. (2019). Psicanálise na Universidade: Reflexões sobre as possibilidades da

Psicanálise nos cursos de Psicologia. (Monografia de Conclusão de Curso de Graduação). Centro Universitário de Brasília - Brasília. Recuperado de: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13888/1/21470855.pdf

Marino, A. S. (2019). Psicanálise na Praça Roosevelt: modalidades de transferência. Stylus, 38,

-225. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/stylus/n38/n38a14.pdf

Marino, A. S., & Neto, A. R. C. (2019). Psicanálise na Praça Roosevelt: uma experiência

clínico-política em um espaço público. Teoría y Crítica de la Psicología, 12, 352–367.

Recuperado de: http://teocripsi.com/ojs/index.php/TCP/article/view/289/246

Marinotti, M. A. G. (2016). O método psicanalítico como meio de investigação e intervenção

na área de Psicologia da Saúde. (Dissertação de Mestrado). Universidade Metodista de

São Paulo, São Bernardo do Campo. Recuperado de: http://tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1601/2/MariaAp.Marinotti.pdf

Mattos, L. T. L., Tupinambá, B. da M. P., Kurkdjian, C. M., Coimbra, R. E. L., Marchini, S.

M. C., & Zalcberg, T. M. (2016). O conceito de responsabilidade social: uma experiência na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Jornal de psicanálise, 49(91), 77-89. Retirado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/jp/v49n91/v49n91a08.pdf

Mezan, R. (1985). Freud, pensador da cultura. São Paulo: Brasiliense.

Miller, J. A. (2006). Efectos terapéuticos rápidos: conversaciones clínicas con Jacques-Alain

Miller en Barcelona. Buenos Aires: Paidós.

Novelli, A. B., Lazzarini, E., Chatelard, D., & Maesso, M. (2017). Do amor imaginário ao amor

simbólico: um percurso da transferência. Reverso, 39(73), 27-34. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/reverso/v39n73/v39n73a03.pdf

Oliveira, C. F., & Samico, F. C. (2019). “Para quem serve esse diagnóstico?”: uma interlocução

entre o Psicodiagnóstico e a Psicanálise. Revista Mosaico, 10(2), 105-110. Recuperado

de: http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RM/article/view/1951/1340

Ortolan, M. L. M., & Sei, M. B. (2016). Plantão psicológico no serviço-escola de Psicologia

da Universidade Estadual de Londrina. Revista Brasileira de Extensão Universitária, 7(1), 29-35. https://doi.org/10.36661/2358-0399.2016v7i1.3079

Ortolan, M. L. M., Sei, M. B., & Victrio, K. C. (2018). Serviço-escola de Psicologia e

potencialidades dos projetos de extensão: construção de políticas em saúde mental. Revista Brasileira de Tecnologias Sociais, 5(1), 78-85. http://dx.doi.org/10.14210/rbts.v5.n1.2018.p78-85

Pinto, T. (2019). Os pés descalços. Um relato sobre a experiência Psicanálise na Rua. Teoría y

Crítica de la Psicología, 12, 368–385. Recuperado de: http://teocripsi.com/ojs/index.php/TCP/article/view/290/245

Quadros, R. B., Martins, K. P. H., & Soares, A. K. S. (2018). Psicoanálisis y salud mental: um

estudio sobre el estado del arte. Revista Subjetividades, 18(1), 119-131. http://dx.doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6289.

Quinet, A. (2009). A Estranheza da Psicanálise: a Escola de Lacan e seus analistas. Rio de

Janeiro: Editora Zahar.

Resende, M. S., Pontes, S., & Calazans, R. (2015). O DSM-5 e suas implicações no processo

de medicalização da existência. Psicologia em Revista, 21(3), 534-546. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/per/v21n3/v21n3a08.pdf

Roosli, A. C. B. da S., Palma, C. M. de S., & Ortolan, M. L. M. (2020). Sobre o cuidado na

saúde: da assistência ao cidadão à autonomia de um sujeito. Psicologia USP, 31, 1-11. http://dx.doi.org/10.1590/0103-6564e180145.

Santos, W. T. M., & Mandelbaum, B. P. H. (2016). Entre o potencial e o precário: a inserção

in(tensa) de profissionais da psicologia nos NASF. Barbarói, 48, 168-184. http://dx.doi.org/10.17058/barbaroi.v0i48.9028

Santos, L. G., & Ferrari, I. F. (2016). Psicanálise aplicada à terapêutica em clínicas

universitárias e a experiência do Centro Psicanalítico de Consulta e Tratamento de Minas Gerais. Psicologia em Revista, 22(1), 202-222. Recuperado de: http://dx.doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2016V22N1P202

Downloads

Publicado

2022-08-17

Edição

Seção

Artigos