Conversar sobre família: transferência e psicose

Autores

  • Mateus Mourão Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Cristiane de Freitas Cunhas Grillo Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

psicose, transferência, Ideal, letra

Resumo

Este trabalho se inscreve numa investigação sobre a produção de efeitos terapêuticos rápidos na psicanálise aplicada à saúde. Interrogamos os princípios dessa prática, a partir da noção de transferência como motor da clínica psicanalítica. Construíndo um estudo de caso de melancolia atendido no Ambulatório de Saúde do Adolescente “Janela da Escuta”, servimo-nos dos desenvolvimentos lacanianos sobre a clínica nodal para propor a transferência como função de amarração entre os registros Real, Simbólico e Imaginário. Para essa psicótica, a transferência não se constituiu em direção ao S2 do sujeito-suposto-saber, mas antes a um S1, trabalhado em suas vertentes de Ideal do Eu, traço unário e letra. Essa montagem permitiu a formulação de um saber do lado do sujeito, e sua transmissão por um discurso. O resultado foi a introdução de uma mediação simbólica no campo da interpenetração entre Real e Imaginário, verificada pela produção de efeitos terapêuticos sobre fenômenos de desregulação do gozo no corpo. Por fim, caracterizamos o desejo do analista como operador ético que condiciona a psicanálise aplicada.

Biografia do Autor

Mateus Mourão Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduando em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Estagiário no Ambulatório de Saúde do Adolescente "Janela da Escuta", do Hospital das Clínicas / UFMG.

Cristiane de Freitas Cunhas Grillo, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Minas Gerais. Coordenadora do Ambulatório de Saúde do Adolescente "Janela da Escuta", do Hospital das Clínicas / UFMG.

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Publicado

2024-01-17

Edição

Seção

Artigos