A agressividade na etapa inicial da teoria freudiana

Autores

  • Fabrício de Siqueira Gonçalves Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Fátima Siqueira Caropreso Professora de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e em Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora

Palavras-chave:

Teoria freudiana, Agressividade, Primeira dualidade pulsional, Pulsão de apoderamento, Sadismo.

Resumo

 Ao longo de sua teoria, Freud procurou compreender e explicar as manifestações agressivas e hostis do ser humano. Podemos dividir essas explicações em três fases. Na primeira, do início de seus escritos até 1913, é enfatizada a ligação entre as manifestações agressivas e as pulsões sexuais. Na segunda, de 1914 até os textos que precedem Além do princípio do prazer (1920), ganha ênfase a abordagem das manifestações agressivas decorrentes das pulsões do Eu. Na terceira, a partir de 1920 até o final de sua obra, as manifestações agressivas passam a ser pensadas, sobretudo, como derivadas da pulsão de morte. Nesse artigo, concentramos nossa atenção na primeira fase da teorização de Freud sobre agressividade, com o objetivo de descrever e analisar como o autor concebeu as manifestações agressivas nesse período. A maioria das publicações sobre a agressividade na obra freudiana abordam as ideias apresentadas pelo autor a partir de 1920, de forma que permanece ainda pouco elucidada sua concepção prévia sobre o tema, o que justifica o presente trabalho. 

Referências

Aleksandrowicz, D. (2009). Mastery, aggression and narcissism: a contribution to psychoanalytic drive theory dover. Archives of Psychiatry and Psychotherapy, 2, 13–21. Recuperado em 20/04/2019 em. <https://pdfs.semanticscholar.org/92dc/e52801e0a1fc486dfbd4c00c8e3995f4f6eb.pdf>

Andrade, L. V. (2008). Dos afetos aos atos: um estudo sobre a agressividade humana e seus destinos. Cad. Psicanál., CPRJ, 30(21), 252-271. Recuperado em 03/02/2019 em. <http://cprj.com.br/imagenscadernos/caderno21_pdf/16Cadernos%20n.%2021_Dos%20afetos%20aos%20atos.pdf>

André, J. (2014). Faces of hate. Rom. J. Psychoanal, 7(1), 91-100.

Birman, J. (2006). Arquivo da agressividade em psicanálise. Natureza humana, 8(2), 357-379. Recuperado em 14/06/2020 em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302006000200005&lng=pt&tlng=pt>.

Blum, H. P. (1997). Clinical and developmental dimensions of hate. Journal of the American Psychoanalytic Association, 45(2), 359-375. https://doi.org/10.1177/00030651970450020501

Chaves, E. L. (2008). Violência, agressividade e dominação: uma reflexão psicanalítica sobre a masculinidade. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Corrêa, A. F. (2019). O ódio em três textos de Freud: reflexões sobre ambiguidade, hostilidade e identificação. Reverso, 41(77), 23-30. Recuperado em 14 de julho de 2020, em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952019000100003&lng=pt&tlng=pt>

D'amato, B. (2010). Aggression in dreams —intersecting theories: Freud, modern psychoanalysis, threat . Theory. Mod. Psychoanal, 35(2), 182-204.

Davis, H. L. (1979). Reformulating the Role of Aggression. Mod. Psychoanal, 4(2), 183-195.

Dennen, J. M. G. V. D. (2005). Theories of aggression: psychoanalytic theories of aggression. Default Journal. Recuperado em 03/04/2019 em. <https://www.rug.nl/research/portal/files/2888993/A-PANAL.pdf>

Fernandes, P. B. (2016). A pulsão agressiva e o núcleo paranoico do Eu. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Ferraril, I. F. (2006). Agressividade e violência. Psicologia Clínica, 18(2), 49-62. https://dx.doi.org/10.1590/S0103-56652006000200005

Freud, S. (1976). La interpretación de los sueños. In J. Strachey (Ed.) Obras completas de Sigmund Freud (vol.4, p.258-279). Buenos Aires: Amorrortu. (Obra original publicada em 1900).

Freud, S. (2018a). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In Obras Completas (vol.06, p.13-172). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1905).

Freud, S. (2018b). O chiste e sua relação com o inconsciente. In Obras Completas (vol.07, p.13-334). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1905).

Freud, S. (2018). Caráter e erotismo anal. In Obras Completas (vol.08, p.350-358). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1908).

Freud, S. (2018a). Análise da fobia de um garoto de cinco anos [“o pequeno hans”]. In Obras Completas (vol.8, p.123-284). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1909).

Freud, S. (2018b). Observações sobre um caso de neurose obsessiva [“o homem dos ratos”]. In Obras Completas (vol.9, p.13-112). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1909).

Freud, S. (2018a). Totem e tabu. In Obras Completas (vol.11, p.13-244). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1913).

Freud, S. (2018b). A predisposição à neurose obsessiva. In Obras Completas (vol.10, p.324-337). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1913).

Freud, S. (2018). Considerações atuais sobre a guerra e a morte. In Obras Completas (vol.12, p.209-246). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1915).

Freud, S. (2018). Além do principio do prazer. In Obras Completas (vol.14, p.161-239). São Paulo: Companhia das Letras. (Obra original publicada em 1920).

Gray, P. (2000). On the receiving end: facilitating the analysis of conflicted drive derivatives of aggression. Journal of the American Psychoanalytic Association, 48(1), 219–236. https://doi.org/10.1177/00030651000480010901

Guillot, É. (2014). Da agressividade à pulsão de morte. Almanaque On-line, 8(14). 2-20. Recuperado em 16/06/2020 em <http://almanaquepsicanalise.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Almanaque14EricGuillot.pdf>

Hartmann, H., Kris, E., &. Loewenstein, R.M. (1949). Notes on the theory of aggression. Psychoanalytic Study of the Child, 3(1), 9-36. https://doi.org/10.1080/00797308.1947.11823076

Jaffe, D. S. (1982). Aggression: Instinct, drive, behavior. Psychoanalytic Inquiry, 2(1), 77–94. https://doi.org/10.1080/07351698209533436

Juni, S. (2009). The role of sexuality in sadism: object relations and drive theory perspectives. American journal of psychoanalysis, 69(4), 314-29. https://doi.org/10.1057/ajp.2009.17

Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (1995). Vocabulário da psicanálise. (4ª ed.). São Paulo: Martins Fontes. (Obra original publicada em 1982).

Lemos, J. G. (2019). O que Sigmund Freud nos fala sobre o ódio?. Psicanálise & Barroco em revista, 17(3), 177-190. http://dx.doi.org/10.9789/1679-9887.2019.v17i3.177-190

Mayes, L. C., & Cohen, D. J. (1993). The social matrix of aggression enactments and representations of loving and hating in the first years of life. Psychoanal. St. Child, 48, 145-169. https://doi.org/10.1080/00797308.1993.11822382

Melo, C. C. C. (2011). Tecendo encontros e diferenças: um estudo psicanalítico sobre a agressividade e suas articulações com a constituição psíquica. Dissertação de mestrado, Pontifica Universidade Católica- Puc-SP, São Paulo, SP, Brasil

Parens, H. (1973). Aggression: a reconsideration. Journal of the American Psychoanalytic Association, 21(1), 34–60. https://doi.org/10.1177/000306517302100103

Parens, H. (1991). A view of the development of hostility in early life. Journal of the American Psychoanalytic Association, 39(Suppl.), 75–108.

Pedder, J. (1992), Psychoanalytic views of aggression: Some theoretical problems. British Journal of Medical Psychology, 65, 95-106. https://doi.org/10.1111/j.2044-8341.1992.tb01690.x

Rizzuto, A., Sashin, J. I., Buie, D. H., & Meissner, W. W. (1993). A revised theory of aggression. Psychoanalytic Review, 80(1), 29-54.

Schwartz, C. (1989). Ambivalence: its relationship to narcissism and superego. Development. Psychoanal. Rev., 76(4), 511-527.

Simanke, R. T. (2014). O Trieb de Freud como instinto 2: agressividade e autodestrutividade. Scientiae Studia, 12(3), 439-464. https://dx.doi.org/10.1590/S1678-31662014000300003

Smith, J. H., Pao, P. N., & Schweig, N. A. (1973). On the concept of aggression. Psychoanal. St. Child, 28, 331–346. https://doi.org/10.1080/00797308.1973.11822299

Downloads

Publicado

2022-08-17

Edição

Seção

Artigos