O lugar do analista e a ética do desejo
Palavras-chave:
clínica psicanalítica, ética, lugar do analista.Resumo
A posição ética do analista na clínica está em questão neste trabalho, que faz uma retomada dos fundamentos da psicanálise para questionar se, diante das particularidades dos sujeitos que procuram análise, há modos distintos de o analista posicionar-se clinicamente. A direção da análise é conduzida pelo analista, que estabelece o espaço e o tempo da sessão como limites para a experiência subversiva da associação livre. Para sujeitos que funcionam de modo intempestivo, depressivo, que apresentam sintomas aditivos e somáticos, pode ser necessário rever as táticas usuais da análise, tais como o uso do divã. Cabe ao analista a liberdade tática de escolher suas intervenções, desde que estas estejam a serviço da associação livre, estratégia proposta por Freud para acontecer uma análise. Quanto à política, não há negociação: trata-se da ética da psicanálise, pautada na falta-a-ser, que norteia a análise rumo ao reconhecimento e à responsabilização pelo próprio desejo.Referências
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