O feminino na fantasia: entre a dialética do desejo em Lacan e a fantasia social em Zizek

Autores

  • Elizabeth Fátima Teodoro Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
  • Wilson Camilo Chaves Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
  • Mardem Leandro Silva Centro Universitário de Formiga - Unifor

Resumo

Partindo do perceptível conflito entre as determinações fantasísticas do social, referentes ao feminino e o desejo da mulher enquanto sujeito, que chega à clínica materializado em um profundo sofrimento psíquico do qual ela parece incapaz de atravessar, questionamos: quais seriam os elementos da cena social atramados na fantasia social que apontam para o que consideramos representações do feminino? Assim, objetivamos articular o grafo do desejo em Lacan com a noção de fantasia social em Zizek para tentar responder o que haveria de feminino na fantasia, ou seja, como a dialética do desejo e a noção de fantasia social podem ajudar a compreender as construções fantasísticas do feminino. Para tanto, lançamos mão de uma investigação teórica com enfoque no texto lacaniano Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano (1960) e no texto de Slavoj Zizek Eles não sabem o que fazem – o sublime objeto da ideologia (1992), sem desconsiderar, contudo, comentadores de ambos os teóricos mencionados. Nessa perspectiva, este estudo desenvolveu a articulação dos conceitos – fantasia, desejo, feminino e fantasia social – procurando se organizar a partir de três questões: 1) De que forma as elaborações de Zizek sobre ideologia como fantasia social auxilia a compreender a dialética do desejo em Lacan?; 2) De que forma o desejo do Outro, enquanto social, resta na fantasia do sujeito, de modo a responder pela articulação fundamental entre a demanda e o desejo?; 3) Sob qual razão os elementos conjunturais são tomados na perspectiva estrutural que compõe o que entendemos por feminino na fantasia? Tomando por base a assertiva de que a sociedade não existe por si mesma, o feminino na fantasia poderia sustentar a própria fantasia de uma ordem social, ao cumprir a função de tamponar os hiatos deixados pela dissimetria entre o sujeito e o social.

Biografia do Autor

Elizabeth Fátima Teodoro, Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

Psicóloga graduada pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG-Divinópolis). Mestre e doutoranda em psicologia, na linha de pesquisa Fundamentos teóricos e filosóficos da Psicologia, pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ/MG).

Wilson Camilo Chaves, Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ

Doutor em filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar/SP). Pesquisador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Psicanálise do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (NUPEP-DPSIC-UFSJ). Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ/MG).

Mardem Leandro Silva, Centro Universitário de Formiga - Unifor

Doutor em Psicologia pela UFMG (Minas Gerais, Brasil). Pesquisador e coordenador do LaPSICC - Laboratório de Psicologia: Clínica, Ciência e Cultura. Professor e Chefe do Departamento de Ciências Sociais e Humanidades da UEMG - Unidade Cláudio (Minas Gerais, Brasil) e professor no Centro Universitário de Formiga/MG - Unifor-MG.

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Publicado

2022-12-22

Como Citar

Teodoro, E. F., Chaves, W. C., & Silva, M. L. (2022). O feminino na fantasia: entre a dialética do desejo em Lacan e a fantasia social em Zizek. Revista Tempo Psicanalítico, 55, 6–31. Recuperado de https://www.tempopsicanalitico.com.br/tempopsicanalitico/article/view/753

Edição

Seção

Artigos