A noção de sujeito do inconsciente como situação imanejada
DOI:
https://doi.org/10.71101/rtp.49.80Palavras-chave:
psicanálise, sujeito, complexo de Édipo, situação imanejadaResumo
A noção de sujeito do inconsciente representa um fundamento clínico e a base material para o tratamento psicanalítico. Apesar de Freud não teorizar sobre o sujeito, esta noção atravessa toda sua obra e é levada por Lacan para primeiro plano como uma das noções principais da psicanálise. Assim, a partir da noção de situação imanejada, expressão pouco trabalhada por Freud em um trecho de Totem e Tabu que discute o conflito entre as proibições da civilização e as pulsões, abordaremos a constituição do sujeito do inconsciente. Partindo da possibilidade de existência do sujeito diante do advento da ciência moderna e, posteriormente, retomando a leitura dos textos freudianos a partir de uma concepção lacaniana da noção de sujeito, apontaremos a subversão psicanalítica do sujeito do conhecimento considerando o abandono da hipnose como o início da possibilidade de trabalho com o sujeito do inconsciente. Discutiremos também a constituição subjetiva pautada no complexo de Édipo, abordando ainda o complexo de castração, a identificação imaginária e o estabelecimento de uma fantasia fundamental, sendo todos marcados pela presença de algo que permanece sempre imanejado, pois onde há sujeito há a presença de algo imanejável.
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