A noção de sujeito do inconsciente como situação imanejada

Autores

  • Carolina Boonen Universidade Federal de São João del-Rei
  • Roberto Calazans Universidade Federal de São João del-Rei

Palavras-chave:

psicanálise, sujeito, complexo de Édipo, situação imanejada

Resumo

A noção de sujeito do inconsciente representa um fundamento clínico e a base material para o tratamento psicanalítico. Apesar de Freud não teorizar sobre o sujeito, esta noção atravessa toda sua obra e é levada por Lacan para primeiro plano como uma das noções principais da psicanálise. Assim, a partir da noção de situação imanejada, expressão pouco trabalhada por Freud em um trecho de Totem e Tabu que discute o conflito entre as proibições da civilização e as pulsões, abordaremos a constituição do sujeito do inconsciente. Partindo da possibilidade de existência do sujeito diante do advento da ciência moderna e, posteriormente, retomando a leitura dos textos freudianos a partir de uma concepção lacaniana da noção de sujeito, apontaremos a subversão psicanalítica do sujeito do conhecimento considerando o abandono da hipnose como o início da possibilidade de trabalho com o sujeito do inconsciente. Discutiremos também a constituição subjetiva pautada no complexo de Édipo, abordando ainda o complexo de castração, a identificação imaginária e o estabelecimento de uma fantasia fundamental, sendo todos marcados pela presença de algo que permanece sempre imanejado, pois onde há sujeito há a presença de algo imanejável.

Biografia do Autor

Carolina Boonen, Universidade Federal de São João del-Rei

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal de São João del-Rei

Roberto Calazans, Universidade Federal de São João del-Rei

Psicanalista. Doutor em Teoria Psicanalítica pela UFRJ. Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSJ. Bolsista de Produtividade em Pesquisa, CNPq nível 02.

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Publicado

2017-06-13

Edição

Seção

Artigos