Psicanálise, neurociências e neuropsicanálise: Considerações teóricas na clínica das toxicomanias

Autores

  • Maycon Rodrigo da Silveira Torres

Resumo

A ideia de dependência química produzida pela influência de substâncias psicoativas no cérebro do indivíduo está diretamente associada com o discurso decorrente da produção científica das neurociências. A redução da experiência subjetiva ao cérebro reforça a compreensão de que o sujeito contemporâneo é um sujeito cerebral, regulável por medicamentos. Críticas à psicanálise surgem pela tentativa de deslegitimação de sua abordagem compreendida como não científica. Este artigo tem por objetivo discutir fundamentos teóricos da psicanálise e das neurociências junto às práticas terapêuticas associadas ao tratamento de usuários de álcool e outras drogas, uma vez que a psicanálise aposta em um sujeito em relação ao corpo mas não redutível ao cérebro. As neurociências propõem constructos teóricos que visam explicar o fenômeno ao nível bioquímico, enquanto a psicanálise constrói sua teoria a partir da prática singular de cada caso. Apresenta-se a neuropsicanálise como tentativa de mediação entre as diferentes abordagens.

Biografia do Autor

Maycon Rodrigo da Silveira Torres

Psicólogo. Psicanalista. Doutor em Psicologia/UFF. Membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social (LAPSO-UFF). Professor Substituto UFF. Professor de Graduação e Coordenador da Pós-Graduação em Fundamentos da Clínica Psicanalítica FAMATH.

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Publicado

2023-09-29

Edição

Seção

Artigos